31/10/2013

Geraçao Y - Jornal da Globo parte 2

Geraçao Y - Jornal da Globo parte 1

Cibercultura!

MENSAGENS INOVADORAS !


A primeira base da mudança é o foco no conhecimento integrador e inovador

“Sempre há o que aprender, ouvindo, vivendo e sobretudo, trabalhando, mas só aprende quem se dispõe a rever as suas certezas.” Darcy Ribeiro

Bases para uma educação inovadora


Especialista em mudanças na educação presencial e a distância
Uma educação inovadora se apóia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que lhe servem de guia e de base. As tecnologias favorecem mudanças, mas os eixos são como diretrizes fundamentais para construir solidamente os alicerces dessas mudanças.
As bases ou eixos principais de uma educação inovadora são:

· o conhecimento integrador e inovador,

· o desenvolvimento da auto-estima/auto-conhecimento,

· a formação do aluno-empreendedor

· a construção do aluno-cidadão

São pilares que, com o apoio das tecnologias, poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito mais flexível, integrado, empreendedor e inovador. Vejamos como entender estes eixos fundamentais.
Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicarmos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social.
Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais."
(MORAN, José Manuel – doutor em comunicação pela USP - Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia).

Unidade 2: Cultura das redes: mapeamentos fundamentais

https://josecicero.wikispaces.com/UNIDADE+2+-+CULTURA+DAS+REDES  Nesta Unidade, temos o propósito de aprofundar as reflexões iniciadas na Unidade anterior, desenhando um panorama amplo das diversas características da cultura jovem atual, altamente tecnificada, principalmente na perspectiva da lógica das redes.

Diversas questões nos inquietam e mobilizam para a escrita destes estudos:
  • Quem são esses sujeitos que estão nascendo e crescendo em uma cultura altamente tecnificada?
  • De que forma as tecnologias estruturam seus modos de agir, de se relacionar, de aprender?
  • Quais diferenças são mais perceptíveis, se comparadas com as gerações anteriores?
  • Quais prejuízos são observados? De que forma a família e a escola estão lidando com essas questões?
  • Quais qualidades e comportamentos benéficos lhes são característicos? Os benefícios estão sendo reconhecidos e valorizados?

Procuramos detalhar categorias de sentido para mapear características gerais e evidenciar as imbricações entre essas questões complexas. Os comentários e hipóteses que apresentamos ao longo do texto se fundamentam em nossos estudos e experiências pessoais. Também buscamos inspiração e bases compartilhadas no trabalho de outros estudiosos engajados em pesquisar as relações contidas na tríade educação-tecnologia-sociedade.

Objetivos de aprendizagem
  • Identificar características gerais da cultura contemporânea altamente tecnificada, também reconhecida como cibercultura ou cultura das redes.
  • Buscar compreender as relações socioculturais emergentes na cibercultura.
  • Reconhecer e aprender a valorizar as aprendizagens que os jovens realizam nos ambientes de mídia social.
  •  Reconhecer a importância da socialização e construção de subjetividade que ocorre nas comunidades online.
  •  Compreender o potencial de desenvolvimento criativo das novas tecnologias, especialmente na dimensão de produção de mídias.
  • Avançar na exploração das possibilidades educativas das mídias sociais.
  ORGULHO NERD  http://www.youtube.com/watch?v=zztY9LOfamM

Piadas Nerds (@piadasnerds)  

http://www.youtube.com/watch?v=fROHnXf66Cs 

 

Atividade 1- 6 - Lidando com erros e com a diversidade

 Chico Buarque e Luiz Claudio Ramos - Ciranda da Bailarina

http://www.youtube.com/v/zA1LGtQaqPA?autohide=1&version=3&attribution_tag=pHU3I4MwxgHB5YG2sICjcQ&autohide=1&feature=share&showinfo=1&autoplay=1

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho*
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...

18/10/2013

Aproveite o Twitter na sala de aula

Captura de tela da conta oficial do Twitter

OTwitter é uma  ferramenta digital muito utilizada para o aprendizado. A rede social funciona como um microblog: os usuários podem postar mensagens de até 140 caracteres. Na rede, é possível seguir amigos, conhecidos, especialistas, celebridades e acompanhar o que eles têm publicado também.
É provável que muitos dos seus alunos estejam na rede social e utilizá-la nas aulas pode ser uma boa maneira de engajá-los. Listamos aqui embaixo três possíveis maneiras de utilizá-la. Se você tiver feito algum trabalho diferente ou tem alguma ideia sobre como utilizá-la, conte pra gente nos comentários!
1. Contar histórias, ou melhor, micro histórias
Os microcontos – historinhas contadas com pouquíssimas letras – são um dos mais interessantes gêneros que, literalmente, cabem no Twitter. Vale a pena mostrar para a garotada alguns exemplos (veja aqui alguns exemplos) e desafiá-los a criar suas próprias histórias.
2. Revisar e corrigir textos de celebridades
Nas últimas semanas, uma escola de inglês propôs aos alunos que sugerissem correções aos seus ídolos quando eles escorregassem na gramática no microblog (de uma maneira simpática e educada, é claro!). A iniciativa ganhou repercussão até em sites internacionais. Pra quem ficou curioso, vale dar uma olhada em alguns dos posts feitos pela meninada (em inglês).
3. Checar o que as pessoas pensam sobre algum assunto
Como muita gente passa o dia inteiro tuitando tudo o que pensa, o espaço pode ser útil para a turma conhecer a opinião dos usuários sobre algum assunto recente que esteja sendo tratado em sala de aula. Para isso, vale usar a página de buscas do serviço ou o aplicativo Topsy, que permite filtrar os resultados por idioma e período do tweet.
Professores, vocês já usaram o Twitter em sala de aula? Tem dúvidas sobre como usar o microblog? Postem nos comentários! (E não esqueçam de seguir NOVA ESCOLA lá!)
Até breve!
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/
TAGS:  

Garimpo na internet: Compartilhe!

Três sites bacanas para indicar a vocês:

O QUE TEM: Simulado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
É BACANA PORQUE… É gratuito, permite o login de alunos e de educadores, que podem acompanhar o desempenho da sua turma. Após responder às questões das quatro áreas incluídas no exame, o estudante recebe sugestões de conteúdos e aulas online para resolver seus pontos fracos e melhorar seu resultado.
O QUE TEM: Construção colaborativa de poesias
É BACANA PORQUE… Os poetas José Santos e Sérgio Vaz, criador do sarau da Cooperifa, lançam um verso inicial e ao curtir a página você tem direito de contribuir com o texto coletivo. A cada semana, há um tema. Amor foi o primeiro e você já pode ver o resultado lá.
SITE: Porvir
O QUE TEM: Notícias sobre inovações em Educação
É BACANA PORQUE… Reúne ideias inspiradoras e projetos já realizados no Brasil e em outras partes do mundo na área educacional. Tem artigos, entrevistas, indicação de eventos e cursos, cobertura de eventos e lista de notícias da área.

Tecnologia na Educação

http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/

Chega de papelada! Conheça um aplicativo para ajudar você a se organizar

Tablet com o aplicativo Evernote. Foto: André Menezes
Você, professor, sabe bem como os papéis dominam boa parte de sua vida. São listas de coisas a fazer, cadernos de planejamento, diários de classe, textos utilizados em sala, anotações de encontros pedagógicos… enfim, uma infinidade de documentos que você precisa carregar para cima e para baixo.
Para facilitar a administração dessa papelada toda, existem – ainda bem! – diversos aplicativos. Um dos melhores disponíveis é o Evernote. Com versões para celulares, tablets e computadores, ele serve como um grande bloco de notas capaz de substituir boa parte dessa pilha de papéis. Abaixo, pensamos em quatro maneiras de organizar sua vida utilizando o app. Aproveitem!

Registre notas como quiser

Além de criar anotações usando o teclado de seu aparelho, é possível fazer notas em áudio, vídeo ou manuscritas. Essas ferramentas podem ser úteis para registrar momentos em sala de aula, em que não dá para ficar digitando na tela dos aparelhos.

Anexe arquivos a suas notas

O aplicativo permite que você anexe documentos a suas anotações. Ao usá-lo para planejar uma aula, por exemplo, você pode anexar os materiais que passará aos alunos. Também é possível guardar e organizar textos que você usa para sua formação pessoal.

Organize melhor seus arquivos e anotações

Você pode agrupar suas notas em cadernos (como “pastas”) e etiquetas. Uma maneira bacana de se organizar é separar as notas por sala em que você leciona e separar os assuntos (Avaliações e Planos de Aula, por exemplo) como categorias. Assim, fica mais fácil encontrar tanto os conteúdos relativos a uma turma quanto aqueles que falam de um tema específico.

Não se esqueça de nada

O aplicativo permite que você crie checklists e associe lembretes a suas notas. Assim, você não esquece nada do que precisa fazer. Na hora de planejar sua semana, crie uma lista com as coisas que pretende informar aos alunos. E use os lembretes para não esquecer datas importantes, como o dia de fechamento do bimestre.

Evernote

O que faz? Administra e armazena notas e documentos
Por que é legal? Ajuda a organizar a vida de quem precisa lidar com muitos papéis
Plataformas Android, iOS, MAC e PC
Preço Gratuito na versão mais simples, com os recursos citados no post. A versão premium custa 10 reais por mês ou 90 reais por ano.
Onde baixar https://evernote.com/intl/pt-br/evernote/

12/10/2013

Na Grécia antiga a escrita reestrutura a consciência.

Na Grécia antiga a influência das tecnologias sobre os processos de pensar, aprender e se relacinar já eram preocupação entre os filósofos? http://walter-ong.wikispaces.com/Resumo+Cap.+4



  Capítulo 4 
ONG, Walter J., Orality and Literacy - The Technologizing of the Word, London-Methuen
O NOVO MUNDO DO DISCURSO AUTÓNOMO
Mais do que qualquer outra invenção, a escrita transformou a consciência humana. Nas culturas antigas e, até hoje, onde há poucos recursos tecnológicos, a memória cultural é resgatada através do discurso autónomo. Com o aparecimento da escrita tudo mudou. O discurso autónomo não é exclusivo da cultura escrita, pois nas culturas orais já existiam formas de discurso, como profecias transmitidas pelo enunciador, mas não provinham deste.
PLATÃO, A ESCRITA E OS COMPUTADORES
A escrita, diz Platão através de Sócrates, em Fedro, é inumana, destrói a memória, enfraquece a mente, assim como as calculadoras, que aliviam as pessoas do trabalho de memorizar. Estas mesmas observações foram posteriormente retomadas como críticas à imprensa e, mais recentemente, aos computadores. O ponto fraco da opinião de Platão foi que, para tornar essas opiniões convincentes, tinha que pô-las por escrito e imprimi-las a fim de efectivar suas objecções. A escrita, a impressão e o computador são meios de tecnologizar a palavra.
Um dos maiores paradoxos inerentes à escrita é a sua associação com a morte. O seu afastamento do mundo da vida quotidiana, a sua rígida fixidez visual, garante a sua durabilidade e o seu potencial para ser ressucitada em contextos vivos, ilimitados por um número infinito de leitores vivos. Paradoxalmente, as mesmas características da escrita garantiram a imortalidade às ideias de Platão.
A ESCRITA É UMA TECNOLOGIA
Platão pensava na escrita como uma tecnologia externa, hostil, como muitas pessoas actualmente o fazem em relação ao computador, pois a escrita, principalmente a alfabética, é uma tecnologia que exige outros equipamentos como estiletes, pincéis, superfícies cuidadosamente preparadas, peles de animais, tiras de madeiras, entre outros.
A fala brota do inconsciente, naturalmente, ao passo que a escrita é artificial, segue regras rígidas, que precisam ser aprendidas e previamente estabelecidas. No entanto, a escrita serve para elevar os potenciais humanos, aumentar e alimentar a consciência, como nenhuma outra ferramenta. Mas, para compreender a escrita como tecnologia, é necessário compreendê-la em relação ao seu passado, à oralidade.
O QUE É “ESCRITA” OU “SISTEMA DE ESCRITA” ?
A escrita, a mais importante das invenções humanas, é uma tecnologia recente atendendo ao percurso histórico da civilização humana. Enquanto componente basilar da formação e estruturação do pensamento humano foi, no entanto, antecedida, durante largos milénios e em diferentes sociedades, espaços temporais e localizações geográficas, pela profusão de dispositivos e auxiliares de memória, através dos quais eram utilizadas representações que, podendo ser pictográficas, tinham como objectivo retratar objectos, elementos da natureza ou acontecimentos importantes do quotidiano. À luz de uma identificação mais rigorosa do termo, a escrita é algo de mais complexo que ultrapassa a simples produção ou utilização restrita de marcas ou representações visuais com significado exclusivo para o seu criador. A escrita, na plenitude do seu significado, só surgiu quando foi concebido um sistema de código de marcas visíveis codificadas, as palavras, assente num conjunto de convenções, usadas para representar graficamente os sons da fala. Ao registar o som de uma forma exacta, a escrita emancipou-se da oralidade, possibilitando o desenvolvimento, produção e complexificação de um maior número de estruturas e referências linguísticas, e a visão assumiu-se como o novo centro sensorial de transformação do discurso e do pensamento humano.
No entanto, mesmo com a introdução do alfabeto torna-se necessário, em certas situações, contextualizar o exacto significado do que se lê ou do que se ouve.
MUITOS SISTEMAS DE ESCRITA, MAS APENAS UM ALFABETO
A maioria dos sistemas de escrita, que por todo o mundo se têm desenvolvido, remonta a uma espécie de escrita pictórica, ou, num nível mais elementar, ao uso de sinais. É o caso da escrita cuneiforme dos sumérios, o mais antigo de todos os escritos conhecidos, usado, originalmente, com objectivos económicos e administrativos nas sociedades urbanas. A escrita com fins estéticos e literários só muito mais tarde ocorreu. A comunicação de tipo pictográfico não se desenvolveu verdadeiramente num sistema de escrita, porque o código permaneceu demasiado vago, no que respeita aos sentidos pretendidos. Por outro lado, as representações dos vários objectos podiam servir, simplesmente, como memorandos alegóricos para certos grupos que lidavam com assuntos restritos.
A partir dos pictógrafos, desenvolveram-se outro tipo de símbolos nos sistemas de escrita. Um deles é o ideográfico, em que o significado da palavra é o conceito não directamente representado pela imagem, mas estabelecido através de um código. Outro tipo é o logogrifo, espécie de fonograma (som-símbolo), no qual o som é designado por uma imagem de uma das diversas coisas que o som significa. Todos os sistemas pictóricos, mesmo com ideográficos e logogrifos, requerem a utilização de muitos símbolos. O chinês é o mais complexo, necessitando, por isso, de muito tempo de aprendizagem e é elitista.
Algumas linguagens são escritas em silabários (japonês Katana), nas quais cada signo representa uma consoante seguida de um som de vogal. Mas, a maioria dos sistemas de escrita, à excepção do alfabeto, são, na realidade, sistemas híbridos, misturando dois ou mais princípios (pictogramas, logogrifos, silabários).
O alfabeto foi inventado por um povo ou povos semíticos, por volta de 1500 a.c., na mesma região onde surgiu o cuneiforme, mas 2 mil anos depois. Todos os alfabetos do mundo, ainda que com algumas variantes, derivam do semítico. O sistema de escrita semítico é um alfabeto de consoantes (e semivogais) que os leitores, à medida que lêem, complementam com a vogal adequada. Os gregos, ao desenvolverem o primeiro alfabeto completo, com vogais, assumiram uma importância crucial e uma superioridade intelectual face às restantes culturas antigas e ao alfabeto semítico, em particular. Através duma transformação quase total da palavra, de sonora para visual, o alfabeto grego não só se tornou num sistema democrático, ao facilitar a aprendizagem, como ainda internacional, no sentido que podia ser usado para escrever ou ler em línguas estrangeiras. Para além disso, a estrutura de língua grega, assente numa forte capacidade de abstracção, uma vez que analisa todo o espectro sonoro em equivalentes visuais, favoreceu o pensamento analítico/ abstracto.
A razão pela qual o alfabeto foi inventado tão tardiamente, e uma só vez, tem a ver com a natureza efémera do som. Embora derive dos pictogramas, perdeu toda a ligação com as coisas como coisas, representa o próprio som como coisa.
Em suma, o alfabeto fonético, inventado pelos semitas e aperfeiçoado pelos gregos, é o mais adaptável de todos os sistemas. Pode ser o menos estético, quando comparado com os estilizados caracteres chineses, contudo, é um sistema de escrita mais democrático. Disso é exemplo o caso histórico da Coreia do Sul, em que um alfabeto inventado para o coreano em 1443 d.c. pelo rei Sejong da dinastia Yi, só veio a ganhar ascendência, face à escrita ‘séria’ de caracteres chineses, no século XX, com a actual democratização do país.
O INÍCIO DA LITERACIA
A escrita, ao ser introduzida pela primeira vez em sociedade iletradas, adquire diferentes significados e implicações. Conotados com propriedades de poder, magia, mistério, religiosidade ou imortalidade, os textos escritos tanto eram objectos de culto, alvo de profunda devoção, como temidos pelos perigos desconhecidos que representavam. Nas diferentes sociedades, o acesso à literacia estava reservado a um segmento muito restrito de indivíduos ou classes. Figuras de relevo identificadas com o poder, gurus, membros do clero, entre outros, mediavam e controlavam o acesso à informação escrita. Numa fase posterior, surgem os especialistas da escrita (os artesãos ou escribas), detentores do conhecimento tecnológico especializado da escrita, que prestavam serviços comerciais a quem deles necessitasse, numa época em que a alfabetização não era considerada uma prioridade.
Só quando a escrita foi disseminada a diferentes indivíduos de uma sociedade e posteriormente interiorizada nas suas práticas, é que adquiriu a dimensão crítica necessária, capaz de gerar novos processos de pensamento.
Outro factor que predeterminou o uso restrito da escrita, nos primórdios da literacia, resultou das dificuldades técnicas e do elevado grau de especialização necessários para a produção de documentos escritos. Numa altura que não existia papel ou caneta, o domínio da tecnologia da escrita só estava ao alcance daqueles que dominavam os processos da escrita (os escribas), assente em materiais de difícil manejo, acesso e aquisição, recolhidos na natureza.
O avanço tecnológico dos suportes da escrita (em especial a invenção do papel), que democratizou o seu uso, e o progressivo aumento da literacia permitiram que a escrita se demarcasse da influência directa da oralidade. Nesse sentido, facilitou o aparecimento de uma linguagem própria, mais estruturada e longa, precursora de novos processos de pensamento, diferentes daqueles proporcionados pelo discurso oral.

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